Desde o início de março o Trecho da BR-265, que liga o distrito de São Sebastião da Vitória, município de São João Del Rei, à cidade de Nazareno, está interditado devido a queda da ponte que interligava as localidades. O fluxo de veículos nesse trecho ainda está interrompido trazendo prejuízos para os comerciantes do distrito são-joanense, já que o giro do comércio local acontece justamente pelos viajantes e caminhoneiros que passavam por ali.
Segundo o vereador de São João del-Rei, João Heitor de Carvalho (PSDB), o distrito depende muito da BR-265 para o giro comercial, e mais de um mês após a queda da ponte a cidade está com o trânsito parado e os estabelecimentos já estão demitindo funcionários pela queda da freguesia e consequentemente na lucratividade. “Não entendo a demora do DNIT em resolver o problema, é falta de vontade. Mais de um mês após esse transtorno pessoas já foram mandadas embora dos seus trabalhos, alguns colocados em férias prêmio e o giro do capital está baixíssimo”, comenta.
Outro ponto salientado por Carvalho é em relação aos transeuntes que precisam da rota para trabalhar, estudar e cumprir deveres em outros municípios. “O prejuízo não foi só para aqueles que deixaram de receber seus rendimentos no comércio, os cidadãos também estão sendo prejudicados, há por exemplo alunos da UFSJ que residem em Lavras e o acesso está difícil, nem sempre é possível passar pelas vias alternativas. Tem gente perdendo aula, trabalho etc.”, diz.
O vereador ainda alerta para o fato de ter que haver uma fiscalização mais rigorosa das estradas e pontes da região, já que elas foram construídas há muitos anos e foram pensadas para receber a carga das carretas e carregamentos da época. “Essa ponte tinha 60 anos, naquela época foi pensada para caminhões que carregavam no máximo 12 toneladas, hoje carregam cargas que somam até 70 toneladas. Se não houver vistorias em outras pontes, outros transtornos como esse podem acontecer”, comenta.
Comerciantes
Valéria Andrade Carvalho, proprietária da empresa Rei do Pão de Queijo, conta que perdeu muita freguesia nesse período e que já teve que dispensar dois funcionários devido a diminuição do fluxo “muitas pessoas não estão passando por aqui mesmo com as vias alternativas. Nem os carros pequenos estão passando muito pelos desvios, preferem buscar outras rotas, tem sido um transtorno muito grande pra gente”, diz.
O dono do Sabor e Arte, Rogério de Andrade Ávila, ressalta que tem grandes empresas, transportadoras, caminhoneiros e outras cidades prejudicadas também “porque que demora tanto, né? Você vê o exército construindo pontes em situações de emergência e em uma semana fica pronta, porque não acionaram o exército? Isso evitaria transtornos não só pra São Sebastião, mas também para as cidades que estão recebendo bitrens e tiveram o fluxo de trânsito aumentado sem o menor preparo para aguentar esse aumento e o peso de carretas. Agora, uma ponte cai, foi falta de manutenção, de planejamento, o que aconteceu?”, questiona.
Em outro estabelecimento, Ponto Real, três funcionários já foram mandados embora e a proprietária, Maria Joselita de Andrade Leite, relata que a queda nos lucros do estabelecimento caiu 90% “É uma situação delicada, além do tempo que já estamos esperando e o tempo que a obra ainda vai tomar, teremos que esperar que a notícia da ponte reconstruída chegue até aqueles que costumavam trafegar por aqui, isso leva tempo. Ainda teremos muito prejuízo até lá”, diz.
DNIT
Segundo o engenheiro responsável do Departamento Nacional de Infraestrutra de Trans portes (DNIT), na região, Silvio Duarte, o DNIT já está no local tomando as providências para que a situação retome sua normalidade. “Lá não será mais uma ponte, será uma galeria. As medições já foram feitas e a galeria é pré-montada, então a levaremos para a obra e na próxima semana já iniciaremos sua instalação. Acredito que em mais 20 dias tudo já estará resolvido”, diz.
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